.O VATICANO

.O VATICANO

.O Vaticano - de Nanû da Silva

"... um beijo foi o primeiro contato entre Pietro e o Papa"
--- Cadê o baseado? - perguntou o Papa.
--- ? - Pietro sem entender.

Nesses rabiscos x leitor/a vai ler dois livros em um. Imagine lendo um romance onde o rabiscador intervem. Aqui nessa obra tu vai ler o romance e a história do rabiscador sobre a arte de escrever seu primeiro romance. Uma ficção deliciosa, onde o rabiscador tenta quebrar padrões na literatura. risos, gargalhadas, inocência, gritos e literatura.

terça-feira, 10 de junho de 2014

MONÓLOGO DA BICICLETA

MONÓLOGO DA BICICLETA

La vem ela... EM SILÊNCIO
Na passarela DESSE CONSENSO...
FABRICADO pelas maquinas poluidoras
Na rua
Na viela.
Vem ela
E com ela
A MOVIMENTAÇÃO
A saúde
O respeito
E a aquarela
A AÇÃO
De um mundo para todxs.

(Anigav – Recicle ou morra – três putoesias em uma)
BICICLETA
Na observação da vida
Dos momentos
Do jardim das casas alheias
Do cheiro da rua
Da cores arco-íris
Das flores rural e urbana
Ela lhe proporciona
Um completo prazer no desprazer
Sem poluir mais que o necessário.
(Brian A. Dominick - A esmagadora maioria de nós vê o mundo e vê-se a si mesmx de forma condicionada pelas instituições que controlam as nossas vidas, como por exemplo, o governo, a família, o casamento, a igreja, as empresas, a escola, etc. cada uma destas instituições, por sua vez, faz parte do que eu chamo Estabelecido. Uma entidade que existe somente para perpetuação do poder de uma relativa minoria. Apoiada pela paixão das elites, de mais e mais poder, o Estabelecido desenha necessariamente o poder sobre o resto do mundo, a partir do domínio.)


RIBEIRÃO BAGUAÇU
Inverno.
Vindo do sul em direção ao norte.
Anigav.
A pequena andorinha descobriu que a água não se vende.
Que é para todos.
Bebeu e seguiu a viagem.
(Beatriz - A vida é curta e fugaz, a que ser vivida com intensidade porque senão no tem sentido viver, temos que aprender que o silêncio e nossa passividade nos faz cúmplices dos tiranos, lacaios e déspota o mundo.)


 Uma gota caída
Numa folha caída
do pé de jaca foi suficiente para Anita.
A pequena libélula.
Saciar sua sede.
(Anigav - “Entramos em uma época em que las minorias Del mundo comienzan a organizarse contra los poderes que les dominan y contra todas las ortodoxias” – Felix Guattari”)


Aparecida
Ao observar sua realidade,
seu mundo,
além de seu umbigo,
seus problemas,
seu corpo,
suas amigas, ...
E ao abrir a torneira da cozinha – logo que chegou da caminha matutina - e matar a sede,
descobriu que a água é de todxs!
Não esta a venda.
(Anigav - “A Guerra da Tríplice Aliança. Brasil. Argentina e Uruguai tiveram a seu cargo o genocídio. Não deixaram pedra sobre pedra nem habitantes varões entre os escombros. Embora a Inglaterra não tenha participado diretamente na horrorosa façanha, foram seus mercadores, seus banqueiros e seus industriais que se beneficiaram com o crime do Paraguai. A invasão foi financiada, do começo ao fim, pelo Banco de Londres, a casa Baring Brothers e banco Rothschild, em empréstimos com juros leoninos que hipotecaram o destino dos países vencedores” – Galeano)


BORBOLETA ARCO-ÍRIS
Na domesticação do jardim
Ela foi à única
Que se revoltou
Com o consenso tácito
(Eva - Qual é o nosso objetivo? Bem, falando claramente, queremos mudar o mundo, para que possamos viver em uma sociedade regida de acordo com os princípios de democracia participativa, igualdade real e total liberdade para todos os homens e mulheres. Em outras palavras, queremos construir uma sociedade sem classes, que não haja aqueles poucos que dão ordens e uma grande maioria que as recebe – isto é o que significa Anarquia.)


MONÓLOGO DO CONLUIO
Na imensidão da floresta
Ke resta
Três joaninhas conspiram
A morte dos de cima.
(Anigav - Lugar de criança é na rua. Abaixo a castração!)

Na crucificação
A pequena aranha
Descobriu que não há deuses e sim
Peças no tabuleiro
(Anigav - A revolta contra a civilização é a cura de uma profunda ferida de 10.000 anos de domesticação, é a destruição dos agentes que tem nos causado este pesadelo. Existe uma guerra contra esta máquina, contra o roubo de nossa vida e a destruição do nosso planeta. Uma guerra pela vida contra a civilização. E a pergunta não poderia ser outra: De que lado você esta?)


Voava
A mosca da carne
Sobre o campo de concentração
Granja da Carmem.
(Formiga da madeira - A responsabilidade revolucionária, para mim, é o adiantamento deste colapso, é o jogar com elementos que provoquem o desmanche da ilusão, é a sabotagem de toda estrutura física que sustenta esta máquina, é o ataque surpresa a toda normalidade, é a destruição de toda jaula e o ataque a todo carrasco e carcereiro, é a vingança contra todo domesticador.)


INVENTOR
Acabo de inventar
Que sei inventar
Y por isso inventei
De inventar
Ke tudo é de todxs
E não de poucxs!
(Anigav - O ataque ao sistema deve ser tão variado e diverso o quanto a imaginação permitir. A arte de atacar e de se retirar é vital aqui.)


VERAPRIMA
 Hoje
Pé de goiaba
Beija-flor
Aproxima-se para socializar informação.
(Oryctes nasicornis - O sistema obviamente não teme as pequenas ações, o que ele teme é a difusão destas pequenas ações, pois por sua facilidade de reprodução pode despertar a paixão da revolta contida entre os indivíduos explorados.)


Do alto da montanha
O condor
Aprende com o beija-flor.
(Demian - A auto-educação pode receber ajuda sugestão que se torna educativa na medida em que ativa forças latentes ou já em ação no individuo.)

SELVA URBANA
O silêncio é uma pedra preciosa
A vida um caminho complicado
A flor é um jardim solitário.
Os pássaros são de metal
As árvores símbolos de suicídio
O arco-íris cinza
Homicídio na esquina.
A amiga Vera suicidou-se
Na primavera.
A aquarela tem cor de vazio
Selva urbana
Urbana selva
Relva de concreto.
(Hesse - A necessidade de conhecimento é compulsiva, como a de liberdade e a de oxigênio.)



ANABRU AVLES
Flor esta domesticada
X veganx sai à caça
Floresta urbana
Encontra também
Descaso
Ironia
Sarcasmo.
(Anigav - x = a ou o - As universidades norte-americanas já provaram: os universitários saem como menor QI do que quando entraram nelas.)


Livro na estante
Pergunte as traças
Um conhecimento itinerante
(Anigav - Somos todos diferentes uns dos outros, inclusive pelo interesse em conhecer.)


Na copa um ninho
O pequeno sabiá
Aprendeu a ler observando
De fininho
Um livro que foi deixado pelo caminho
(Sinclair - A criança aprende tudo sozinha. Basta não impedi-la. Só precisamos ensinar-lhe detalhes tecnológicos.)


Monólogo do ingrediente 
Numa plantação de consumidorxs
A modernidade é a barbárie
Ke se esconde em minúsculas letras
Imperceptível para os olhos
Perceptível para o tato
Dx outrx.
(Anigav – Alguns ingredientes são escondidos em letras minúsculas)


SUICIDADA PELA SOCIEDADE
Homenagem a Amanda.
Médica. Pedreira. Psicanalista.
Colhedora de resto de feira.
Putoeta
Amante
Linha de frente
Punk.
Descobriu que os corvos são seu melhores Amantes.
E que a sociedade em que vivemos
Não lhe permite ser uma flor errante
Nesse mundo de phalus ignorantes
(Anigav - A paixão pela liberdade é mais forte que todos os calabouços! )


TEQUILA
Do alto da grande árvore
O abutre observa
Terráquexs da floresta
Se harmonizando num equilíbrio
Lento y evolutivo.
Do alto da grande torre
O condor observa
Terráquexs na floresta
Se harmonizando num equilíbrio
Rápido e destrutivo.
(Júlio - Ainda cabe muita gente no mundo: fome e miséria (de todos os tipos) não são conseqüência do excesso de seres humanos, mas da má distribuição de renda e da má gerência do planeta.)


PRAÇA ANTONIN ARTAUD
(Adaptação da lenda de Esopo, o leão e o beija-flor)
Aul foi-se
E com ela
Xs terraquexs noturnos.
O sol se apresentou com um copo de cerveja (a que não apóia rodeios, vaquejadas, touradas, ...).
Uma pequena pétala negra voa
Com a ajuda do vento.
Um pequeno beija-flor
Devorado por formigas caminha com a ajuda das mesmas,
O vento se encarregava de socializar a cheiro.
O primeiro raio
Acariciou a rosa murcha
Ke acostumada à vida noturna,
A lúgubre sordidez vida terráquea urbana.
Ela levou um susto, não estava acostumada a carinhos espontâneos.
No jardim
Também habitava uma Mandragora
Ke vivia na dela,
Uma Salvia Divinorum que foi plantada recentemente por um terráqueo humano impar.
Sempre vem visitá-la y trocar favores.
Cannabis Sativa estava brotando num canto do jardim.
Para completar o jardim
Há uma grande árvore com uma navalha,
apenas uma folha e um prego.
Tudo correria como algo condicionado para os terráqueos humanos,
uma praça,
um jardim,
uma cidade,
uma favela.
Um mundo,
um universo.
Numa noite dessas
Aproximou-se um terráqueo humano
Par
Apressado e jogou uma “bituca” de cigarro no jardim e continuou seu caminho.
A rosa murcha se esquivou com a ajuda do vento.
A “bituca” caiu perto de Anigav
Uma pequena erva daninha que rapidamente começou a queimar.
--- Fogo! Fogo! – gritou à rosa murcha.
A Salvia Divinorum ao escutar leva um susto e grita: --- Fogooooooooooooooo!
Começa um corre-corre no jardim,
os insetos,
pulgas,
grilos e uma pequena rã
Saem correndo para se protegerem do fogo!
A grande árvore,
a rosa murcha,
a mandrágora,
a cannabis sativa
e outras plantas
Uniram-se e juntas começaram a balançar para apagar o fogo.
Um pequeno inseto ao vê-las resolveu voltar para ajudá-las.
--- O que você vai fazer? – disse o grilo  - Acha que vão conseguir apagar o fogo sozinho?
--- Grilo, to fazendo a minha parte,
se cada um ajudar vamos apagar o fogo. – disse e saiu sem perder tempo.
(Nanû Anigav da Silva – x=a ou o - As teorias educativas consistem em tirar alguma coisa antes de dar, censurar antes de oferecer modelos válidos, proibir e impor normas antes de socializar a experiência.)

Rio de Janeiro. Favela Dona Marta.Terceiro andar. Janela de frente com a praia. Vida urbana. Algumas gaivotas vêm visitá-la, pousando na árvore ao lado. Num pequeno vaso nasceu, cresceu e... Anigav a pequena rosa murcha no pequeno vaso. Hoje observa terráqueos humanos como suvenir para o cérebro. Um dia desses quis se jogar com a ajuda do vento, estava cansada de ser domesticada pela dona do apartamento que a tratava como suvenir para o cérebro e os sentidos humanos.
(Cádmio - Se não for libertária, toda a pedagogia é autoritária.)



  LADR@ 
Furto-me na observação do tempo
Vagamundo é minha vida
Nômade na vadiagem por entre caminhos
Que se adaptam a minha gatuna solidão.
Ocupo o mesmo espaço duas vezes
Três se preciso for
Quatro só para ter certeza da minha sobrevivência
Sou um cafumango
(Anigav - Sem cárceres, nem fronteiras!)


MONÓLOGO DO PUNK É UM INVENTOR
Observa.
Respira.
Mistura.
Vive.
Sobrevive.
Cria.
Subexiste.
Destrói.
Rasteja.
Recria.
Entoca.
Copia.
Transforma
Se movimenta.
Conspira.
Não espera acontecer.
Transpira.
Faz tu mesmx.
Sua entre aspas, sonoridade que cria farpas
Questiona o estabelecido.
Pira.
Jaz a padronização
Foda-se a estética Padrão
A beleza não é única
Ela é plural.
O arco-íris é uma mistura de cores
O singular morreu ontem
Destrói y constrói.
O Hardcore não é musica é estilo de vida.
O punk é uma inventora
Uma criadora que assassina o perfeito
A ovelha deixou de ser ovelha se tornou erva daninha
Hoje perambulam pelos becos, bueiros, vielas y avenidas.
Assassinou o pastor
O punk é um inventor.
O punk é ateu
Não apóia circos e zoológicos
O punk é um inventor
O punk é anti-deus.
Boicota multinacionais.
Boicota rodeios y touradas
Antiarte flui como suor pelos poros
Boicota vaquejada e toda opressão.
É contra homofobia, sexismo, xenofobia, racismo e fascismo
É contra ismos que atrasam lado.
A punk é uma inventora
Odeia Skinmerda
Odeia punk oi
Odeia a verdade absoluta.
O punk é uma inventora criadora
O punk é criador y criadora
O punk é plural e radical.
E foda-se.
(Silva Nanû - Somos escravos é fato. Precisamos pensar como escravos? Isto é tudo ke querem de nós, ke amemos as nossas correntes – são muitos aqueles ke as amam e dão a vida por elas. Esses sim, são escravos totais; pensam como escravos, gostam de ser escravos. E nós? Somos escravos, mas escravos de ke tipo? Rebeldes? Dóceis? Audaciosos? Medrosos? Afinal, de ke tipo de escravos keremos ser? ???)



MONÓLOGO DA BANCA INTERNACIONAL 
Na esquina
A banca de jornal
Anuncia que a banca Internacional
Saqueou o dinheiro
E criou a miséria mundial
E lhe presenteou com esse circo legal
(Anun – 1000 cruzeiros – 1993 - Liberdade aos presos políticos! - Fica claro para toda a gente que os grandes partidos (os que gravitam à volta do poder) governam a favor da banca e dos grandes capitalistas.)


quinta-feira, 2 de julho de 2009 Solidariedade
Cadáveres são suvenir para o paladar
O vento passou rapidamente rapidamente
E deixaram-me cicatrizes
Cicatrizes cicatrizes
Na mente.
Mente
Na mente
Inconsciente consciente
Inconsequentemente incoerente gente. gente?
A morte humana
Pousa no jardim
No jardim
No jardim sem flores
No jardim da galaxias
Na lapide
Na lapide três
(Anigav - Outras vítimas dos Carecas do ABC reconheceram agressores. Daniel Braga, foi agredido na praça da República por Henrique Velasco, Edilene Bezerra (que portava o malfadado soco inglês) e Davi Santos Jr. em fevereiro de 1999. Daniel era um homossexual. )


Pé de abiu
A aranha amarela e preta
Ocupa uma casa de joão-de-barro
(Anigav – deus é um cão fiel)


Deus
A verdade é que as verdades são mentiras
É um cão fiel
(Anigav - Até a destruição de todas as prisões!)


Ocupo as palavras
E picho na parede do universo
Putoezia
(Vaccinium myrtillus - “Um movimento que não é capaz de apoiar seus companheiros na prisão está destinado a morrer, e num preço alto sob uma tortura atroz”.)


Casa de joão-de-barro
O vento balança as folhas da mangueira
Morada de bem-te-vi
(Apium graveolens - A solidariedade não deve ser vista através das lentes do dever, da obrigação ou da caridade, nem requer um relacionamento pessoal ou uma identificação política absoluta com aqueles encarcerados, mas sim é um meio de fortalecer nossas ligações como colaboradore/as em uma conspiração contra o existente. Solidariedade é a nossa arma pela qual atacamos não somente a prisão, mas todas as estruturas do poder em uma continuação da luta social como um todo. Ao mesmo tempo, a solidariedade é uma arma usada para obter o resultado prático imediato de libertação de nossxs companheirxs presxs.)


Emunctórias
Numa pequena poça de água
Chuva passageira
O reflexo de um Ortofenilfenol
(Lamium album - Os trabalhadores, os jovens, as mulheres, os marginais, os desempregados têm que forjar sua aliança pouco a pouco; criar suas afinidades, organizações, assembleias, conselhos, e logo trabalhar seus planos para sua libertação final: destruindo o Estado, erradicando o capital e limpando sua mente de todas as religiões e superstições. Esse será o dia para celebrar.)


MONÓLOGO DA MASTURBAÇÃO
Um pequeno espetáculo para si mesmx
NA IMENSIDÃO DO TEMPO
Monólogo
UMA ESQUETE SOLITÁRIA NO CANTO DO TEATRO
IMPERCEPTÍVEL PARA OS OLHOS
PERCEPTÍVEL PARA O OLFATO
SEXO IMAGINAL NO SACROSSANTO
(Arbustus unedo - O punk Antônio de Pádua identificou José Nilson Pereira e Roberto Gros Dias como membros da gangue skinheads que o atacou em setembro de 1998 Pádua perdeu uma mão. Ninguém fez nada, “o rapaz era punk.”)

Lagarta matizada lycophotia
Expropria a lua
Numa pequena poça de água
(Sambucus nigra – Há algumas semanas skinheads humilhavam e constrangiam prostitutas nas imediações da Rua Augusta de São Paulo. Nada foi feito, “afinal eram prostitutas.”)

O gato negro
Esquina da rua 7
Expropria-te!
(Anigav - Dia 07 de dezembro de 2004 dois jovens foram obrigados a saltar de um trem em movimento na estação Braz Cubas, por um grupo de skinheads, Flávio Augusto do Nascimento Cordeiro, de 16 anos, teve o braço amputado na queda e Cleiton da Silva Leite, de 20 anos, sofreu traumatismo craniano grave, com exposição de massa encefálica. Será que dessa vez também nada será feito????)


Na esquina 2
Cheiro de passado
Outono verão
(Anigav - Todos os dias violências são cometidas contra negros, migrantes e minorias por diferentes skins: carecas do Brasil, carecas do ABC, carecas do subúrbio, white powers e outras "facções" , através de agressões verbais, físicas, ou demais procedimentos intolerantes e discriminatórios para constranger e humilhar, aqueles que consideram inferiores. Mesmo negando, é evidente, que eles possuem influências nazistas ou integralistas, basta olhar para as constantes vitimas de seus ataques: Negros, Nordestinos, Judeus, homossexuais e punks, estes últimos são atacados por simpatizarem ou possuírem a ideologia anarquista e idéias libertárias como meio de vida.)



Numa vasta plantação
Salvia divinorum
A casa de joão-de-barro
Ocupada por corvos.
(Anigav - “Existe uma verdadeira parafernália para conseguir dobrar os jovens nos EUA, e o remédio é bem simples: consiste em criminalizar, e mais, patologizar os jovens norte-americanos rebeldes, inconformados com o autoritarismo e que o desafiam. É só considerarmos todos, com transtornos mentais, e dermos tranqüilizantes, anfetaminas e outras substâncias psicotrópicas. A Associação Estadunidense de Psiquiatria batizou a suposta patologia em 1980: é denominada de desordem de oposição desafiante (ODD, sua sigla em inglês) e não se aplica aos delinqüentes juvenis. Mas sim aqueles que não recorrem a atividades ilegais, mas demonstram “um comportamento negativo, hostil e desafiante”.)


Chuva forte
Dois bem-te-vis se protegem
Na nova ocupação
Casa de joão-de-barro.
(Anigav - “Para mim é tão odioso seguir quanto guiar”)


TODXS SOMOS TERRÁQUEXS!
Aral
A pequena andorinha.
Volta do leste
Indo para o sul
Pé de jatobá.
 Descanso.
Acissej
A pequena sabiá
Indo para o oeste
Em busca do sol.
Pé de jatobá
(Anigav - Grandes mudanças da história normalmente têm início com a mudança da mentalidade de poucas pessoas.)

Na floresta ínvia
Miragens de um jardim urbano
A rosa vermelha
Faz sangrar humanxs
(Nanû – O x aqui usado é para destruir língua machista (lexias) e construir uma linguagem onde a mulher não seja coadjuvante de sua história)

beijos no cóccix
O copo in loco
O bar da esquina
O olhar e o cheiro in foco
Da menina.
(Citrus limonon - “Um dia o sol irá se pôr para sempre...”)


Na capoeira
Bentevi e Primavera
Angola flui.
(Uma - Dezembro de 1992, skinheads espancam Aécio Cândido dos Santos, na Avenida Paulista, em São Paulo. Ninguém fez nada, afinal “ele era negro”.)


MONÓLOGO DA PARTIDA 
Na rua de cima a partida de futebol seguia-se com um gol de Aninha; Na rua de baixo partia Florbela pra uma viagem sem volta; Na esquina J.W. Bush sangrava com a cabeça partida; No jardim, o pequeno beija-flor estava de partida para outra flor. De partida em partida Parto-me nesse aborto de deus
(Nanû - Março de 1996 - O skinhead G.A.C.W., 17, confessou ter matado Carlos Adilson Siqueira com um tiro na nuca quando este voltava para casa, no centro de Curitiba (PR). Siqueira era negro.)


MENTES APRISIONADAS 
Nesse imenso vazio desértico de mentiras absolutas
Mitos de verdades imperfeitas
De uma vida não plural
Marcada por um saber onipontente;
A dor, nossa amiga nas horas de aviso
Passou a ser tratada como inimiga número uno;
O cheiro passou a ser aprisionado num frasco do status quo;
O olhar verticalizou-se na pirâmide construída para único;
Os sentidos encarcerados e julgado culpado por ser autogestão natural;
O sexo uma mistura constante de sabores habita produtos dissabores;
Mentes aprisionadas na grade do invisível
Mentes construídas em laboratórios de vivissecção humana.
Ontem eles me disseram que tudo não passou de um mito
Hoje...
Eles me disseram que o mito se transformou em um rito
De passagem para um mundo de verdades construídas para o controle
Eu nada respondi
Nem muito menos questionei-me.
Hoje mitos e ritos se fundem na complexidade das instituições
De uma verdade imperfeita
Apenas para controle.
(Nanû - Um arrastão promovido por 20 skinheads no Burger and Beer, na Consolação, resultou na morte do artista plástico Nilton Verdini Silva. Ninguém fez nada, afinal, ali era um ponto de encontro de homossexuais.)


MONÓLOGO DA MARGINALIDADE 
A margem do rio
O beija-flor encontra-se
Com o carcará.
A margem da cidade
A formiga encontra-se
Com a aranha.
A margem da literatura
O rabiscador encontra-se
Com a rabiscadora.
A margem da escrita
A putoeta encontra-se
Com o poeta.
A margem
A marginalidade criativa resiste
Ao ímpeto pós-adolescente
Diante da civilidade
Cada vez mais psicótica e desumana.
(Homero – é necessário transformar os sentimentos de inadequação em coragem e versalidade a kada instante da luta diária. Muitos não resistiram e acabaram mordendo a tentadora isca da ética do capital e caíram no canto da sereia da segurança econômica e afetiva, mesmo sendo um percurso de vida medíocre.)



MONÓLOGO O ÓCIO CRIATIVO 
Na noite de terça
O sol acordou
Para escutar a sinfonia das rãs.
No dia de quarta
A lua levantou-se
Para escutar a serenata
Ke o sol lhe criou.
(Anus – “Ke o futuro será de kem exercitar o ócio criativo)


MONÓLOGO DA INVERSÃO
TRISTEMENTE Seguro em MEUS PÉS
um CÁLICE FUMAÇA tatuado no jardim
URBANO DA NOITE
Observando DE PERTO a CAMINHADA
A passos RÁPIDO
O bem é mal
O mau é bom
Pergunte as mariposas
BRANCAS NO SOL DE TERÇA.
CALOR.
(Nanû – A modernidade é barbárie)


MINHAS MÃOS
Minhas mãos
Mãos minhas
O que ei de fazer agora?
Agora que estou perto do botão
Que dá fim a todas as mãos?
(Gramsci - Liberdade à Shark! Liberdade à Peltier! Liberdade à John Graham! Liberdade aos Guerreiros Mapuches! Liberdade aos Guerrreiro de Atenco e Oaxaca! Liberdade à Jacabo e Glória! Liberdade à Mumia! Derrube todas as acusações contra Moi Jr. Valary! Não às Olimpíadas sobre Terra Nativa! Não à mineração! Derrubemos a Sun Peaks! Nenhuma estação de esqui em Melvin Creek! Derrubemos as areias de petróleo! Não aos projetos de energia independente (barragens)! Não à expansão das rodovias e ferrovias!)


ÁLIBI IMPERFEITO
Um ato
Na finita imagem de meus olhos.
Um fato
No infinito reflexo de minha realidade
(Auto cadáver - Ouse ser diferente. Tenha disciplina e foco nos seus objetivos. Transgrida se for por uma vida mais justa. Ame a honestidade desejando o fim dos corruptos. Compartilhe. Pense, olhe, ouça, sinta. Cumplicidade não é conivência. Humildade não é subserviência. Deseje ao outro o que gostaria pra si. Aprimore suas estratégias. Estude sempre. Se informação é poder, se empodere. Seja Simples...)



EMPATIA
Na flor da idade
A margarida sentiu
O ke a Imbaúba sentiu
Quando a Preguiça caiu
Do pé de abiu
(Nanû Anigav – Em setembro de 1992, os skinheads invadiram a rádio Atual no bairro do Limão, em São Paulo, dispararam dois tiros e picharam o saguão com slogans antinordestinos. No local funciona o Centro de Tradições Nordestinas(CNT). Depois disso, durante uma festa no CTN, o locutor Jorge Mauro recebeu uma caixa com um objeto metálico e um bilhete contendo ameaças. Nada foi feito “eles eram nordestinos.”)



Na floresta do ínvio
A Preguiça observa o Jupará
Ke observa o Macaco-da-noite
Ke observa o Tamanduá
Ke observa o Ornitorrinco
Namora
Com o esquilo voador.
(Naua, Anigav, Nanû e Acissej da silva pereira passos torres limeira dos santos – Também em setembro de 1992, skinheads espancam dois adolescentes judeus no centro de Santo André(SP). Os garotos usavam solidéus (chapéu usado em cerimônias religiosas). Ninguém fez nada, “eles eram judeus”.)


DUAS FLORES
(homenagem a Aul/Aral)

Duas flores;
Uma nasceu na lápide sete
Primavera.
Imenso minúsculo jardim.
Outono.
Em cima da árvore, a outra.
(C.U.S.P.E. – L@ Putoema – escarrando farpas y navalhas na sua face)


MONÓLOGO DA CRIANÇA
A criança não é minha
Também não é sua
Nem dele Ou dela.
É apenas Da liberdade.
(Avles Retlav Sevla - Dezembro de 2000, um grupo de skinheads ataca o advogado Emanuel Jorge Santana com sete punhaladas nas costas, dessas uma atinge o pulmão e outros órgãos vitais. Apesar das testemunhas e da agressividade do ato, o principal acusado do crime, conhecido como Fabio Cavalo, foi absolvido pela justiça. Mais uma vez, ninguém fez nada. Jorge “era só um nordestino que visitava São Paulo”.)


MONÓLOGO DO TERRORISMO 
Na caixa de pandora
O presente é...
Ke no futuro
O terrorista é você,
Ao dizer ke só quer ser livre.
(Nanû - Em fevereiro de 2000, um grupo de skinheads espancou até à morte o jovem Edson Néris, adestrador de cães, na Praça da República. Segundo testemunhas o espancamento foi longo, mas, ninguém fez nada. “Ele era um homossexual” )


NEM ROSA NEM CRAVO
A pequena garoa banha lentamente a rosa
Ke se escraviza no jardim urbano
O pequeno raio solar banha lentamente o cravo
Ke se escraviza no urbano jardim
Afinal, ke tipo de escravos queremos ser?
Rebeldes?
Dóceis?
Audaciosos?
Medrosos?
(kaskazim - Em setembro de 1992, os skinheads invadiram a rádio Atual no bairro do Limão, em São Paulo, dispararam dois tiros e picharam o saguão com slogans antinordestinos. No local funciona o Centro de Tradições Nordestinas (CTN). Depois disso, durante uma festa no CTN, o locutor Jorge Mauro recebeu uma caixa com um objeto metálico e um bilhete contendo ameaças. Nada foi feito “eles eram nordestinos.” )


Sou como o pequeno pardal
Ke boicota a Coca-cola
E “cola” nos quintais
Dessa favela mundial
(Flávio peidoreiro - Em setembro de 1992, skinheads espancam dois adolescentes judeus no centro de Santo André (SP). Os garotos usavam solidéus (chapéu usado em cerimônias religiosas). Ninguém fez nada, “eles eram judeus”.)


MONÓLOGO DO MITO
Numa plantação de Sálvia divinorum
O pequeno Tiziu
Observa a mentira
Usar mascara de verdade
Pois a verdade é uma grande mentira
(Artaud - É preciso que x humanx se passe com armas e bagagens para o lado dx humanx – Breton)



MONÓLOGO DA REALIDADE
O pequeno sapo descobriu
Riu
As baratas já sabiam
As formigas cansadas de saberem
Os tubarões riem
As toupeiras gargalham
Os vírus se deliciam.
Todxs já sabiam
Menos nós... humanxs.
Nós humanxs
Fomos enganados
Por todas as instituições.
(NaNû - Moradores do bairro de Nea Filadélfia ocuparam um prédio vazio que pertencia ao município para transformá-lo em um Centro Autogestionário.)


MONÓLOGO DA INSINUAÇÃO
O olho esquerdo sentiu
Mais não deu atenção.
De longe...
De longe a mira laser da G3
Insinuava-se para a cabeça de J. Rockfeller
Que se insinuava
Em ter mais
em ter mais
em ter mais
em ter mais ke o necessário!
(Anigav - A ditadura militar acabou. Mas não acabou a opressão, a exclusão, a tortura, a morte, os desaparecidos. Hoje nos submergem na exclusão e na miséria, os mesmos que se diziam companheiros de luta! Não acreditamos que a democracia seja o melhor dos sistemas possíveis, essa é outra mentira de merda! Acreditamos em nós, e nos nossos, aqueles tanto anônimos que afiam seus sonhos de liberdade em cada rincão, nas ruas dos inimigos, acreditamos e lutamos pela Anarquia! Por isso estamos em guerra! Liberdade para os prisioneiros do Estado e do Capital!Liberdade para todos nós! Amor e Revolução!)



MONÓLOGO DA MODA
Um pedaço de pano
Enfeita status quo
Que quo!
(Xenônio - "Meu papel no mundo não é só o de quem constata o que ocorre, mas também o de quem intervém como sujeito de ocorrências (...) Constato não para me adaptar, mas para mudar” (PAULO FREIRE))


MONÓLOGO DA AUTÓPSIA
Fúnebre jazz
Na cadência do finito
Jaz um corpo
Inerte Lúgubre.
Na decadência da movimentação.
(Anigav - Quanto mais investigamos aquilo ke pensamos compreender, de onde viemos, o ke pensamos, ke estamos a fazer, mais começamos a ver ke fomos enganados. Fomos enganados por todas as instituições.)


Disse a pétala
Escuta a pequena moeda.
50 cruzeiros. 1983.
Esquecida.
Estação Piquiri.
Tudo é de todxs!
(Anun - Eles (os ricos) que paguem a crise)


MONÓLOGO DO MONÓLOGO DO MONOPÓLIO
O ciclo se fez em pedaços
Em pedaços se fez o ciclo
Na água
Que é de todxs!
(Anigav - O ke faz pensar por um minuto ke a instituição religiosa é a única que não foi tocadas?)


Ama
O sol
Brilho da espada
Reflete sangue
Arma Zona
A lua Amazônia
De quem?
Eu respondo
De todxs
(Anigav - Não te preocupes com os homens por detrás das cortinas. Existe algo por trás do trono maior que o próprio rei.)


A CEIA SEGUNDO UMA PEQUENA FORMIGA
Tudo
Tudo
É de todxs!
(Anigav - Dividir para conquistar é o lema, e enquanto as pessoas continuarem a se ver como separadas de tudo/todo o resto, estão-se a entregar completamente a escravatura.)


MONÓLOGO DA TERRA
A água percorre caminhos por entre a Terra
A Terra corre por entre as águas
Num equilíbrio natural.
Descobre ke terráquexs humanxs são cancerígenos y
De um equilíbrio não natural.
(Anigav - Um processo ke tem sido desenvolvido durante séculos e a milênios:Religião, patriotismo, raça, saúde, classe e todas as formas de identificação separatista tem servido para criar uma população controlada, totalmente maleável nas mãos de alguns.)


MONÓLOGO DO NAZISTA
No jardim da banca internacional
Flores incolores
Marionetes
(Anigav - Na primeira guerra J.D. Rockefeller fez cerca de 200 milhões de dólares com ela, para não referir que custou 30 bilhões ao estado...)


MONÓLOGO DO SKINHEAD
Marionetes de bonecos
de bonecos
(Anigav - Não se pode haver maior agressão ao meio ambiente do que plantar soja e cana em lugar de alimentos para xs famintxs. Os resultados ecológicos e sociais são óbvios.)


Beijo no cóccix
Beijo no anus
Beijo beijos no córtex
beijo no ano.
(Anigav - Dentro das jaulas presos, “nossos”, essa é a visão ke temos dos animais não-humanos; tal como as flores, ke “enjaulamos” em vasos. A captura da natureza privilegia o ter, a posse, como necessidade para admirarmos o belo.)


A pequena “baga”
No canto quieta
A espera do apreciador
Ou Da apreciadora
Eis a questão!
(Anigav – Faça você mesmx não espere por ninguém)


MONÓLOGO DO PRAZER
Dois mais dois é igual a cinco
Fumaça y Elis Regina
Katarro bruto y violenta dizimação
Estilhaços de ódio y cadáver do ser supremo
Putrefação humana.
Rabiscar y cerveja sem rodeios.
Androginia y ódio
Prazer
Fazer
É só começar
A escrever.
(Anigav – sexta-feira)


MONÓLOGO DO ATOR/ATRIZ
O teatro vazio.Urbanicidade. No ar, apenas o cálice de fumaça. A THC lhe presenteou com a idéia.
Lambuza-se no palco. Rasteja. Beija. Esfrega a vagina. Vira de costa. Fica um tempo.  Só observando. 15 minutos. Esquete para o silêncio Jesus cristo. No crucifixo. Ereto. goza Barratas. Y Soraia A limpadora de teatro e atriz Cria sua peça Naquela dia.
(Anigav - Um documento do governo norte-americano informa que algumas drogas, como o glutamato monossódico, usadas para realçar o sabor dos alimentos artificialmente produzidos, “causam danos irreversíveis à retina e levam à destruição de células nervosas do cérebro em crianças em desenvolvimento”. E por que se usa o glutamato? Por nada – ou melhor, por tudo. Porque sua presença (pasmem!) destina-se apenas a “melhorar o sabor para a mãe que experimenta o alimento”. E quem confessou isso foi a própria indústria que fabricava “alimentos” infantis contendo esses produtos. Ou seja, para “ganhar” a mãe, dá-se à comida um sabor que envenena a criança, podendo levá-la à cegueira.)


MONÓLOGO DO EUFEMISMO
Sobre a mesa
Surpresa.
Sob a mesa
Sobremesa.
Na mesa
a certeza.
Eis a questão?
(Anigav – acabo de peidar)


MONÓLOGO DO MATE O POLICIAL QUE EXISTE EM VOCÊ
Um estampido
Tiuuu! Tiuuu Silenciador.
O rubro sangue escorrer por baixo da porta
Besouro Coleoptera marrom bolinhas brancas sujou uma das patas
No caminho até o jardim.
(Anigav - Terrorismo: técnica utilizada por governos como forma de manipular a opinião pública para alcançar mais eficientemente um objetivo.Controle y poder)


VIDAMORTA
Acordar.
Trabalhar.
Comer.
Trabalhar.
Comer.
Ir dormir.
O tempo.
Nosso iniamigo.
São pétalas que caem
Outono industrial.
Fabrica de valores padronizados.
(Anigav - O capitalismo não só é antiecológico, como está condicionado a poluir. E destruir. É o próprio processo ke impulsiona o sistema a agir assim, na procura de sua sobrevivência, ke se pratica buscando o lucro. Como o processo é dinâmico, transforma-se, adapta-se, e, mesmo não mudando seu conteúdo, é normal ke ele planeje a longo prazo. As vezes destrói de imediato para lucrar no futuro.)


Os anticorpos
Foi condicionado como o cheiro
São marcas de produto interior bruto.
(Anigav - Os Estados andam a financiar os bancos que estão na bancarrota, esses mesmos bancos que despejam as famílias que não podem pagar as hipotecas!!!)


MONÓLOGO DO TER MAIS QUE O NECESSÁRIO
Economicamente perdido
O tio patinhas
Perdeu o ke é de Cezar.
Num pequeno buraco ke serve de escape para terraquexs alienígenas.
(Anigav - Houve um porém: o bolo não tinha cor, ficava meio branco e os consumidores o rejeitaram. Solução: corantes. O corante usado anos a fio foi um agente cancerígeno derivado do alcatrão da hulha. Mas, descoberto o crime, vetou-se o produto. Só que os industriais, espertos, não voltaram a usar o número de ovos necessário. Simplesmente obrigaram as galinhas a botarem ovos amarelíssimos.)


FLORESTA URBANA
Hexaclorodifenilmetano
(Anigav - A revolução é agora)


MONÓLOGO DA ELIS REGINA
Subi o morro cantando “Não sei quantas flores Mesmo assim vou me acabando”
Na fria noite de sexta-feira
Abutres sobrevoam o toca-vinil
(Mormodica charantia - OLHEM para os atos terroristas que ocorreram. A CIA está por detrás da maioria senão todos eles.)


NA FLORESTA URBANA A CARNIÇA É FARTA
No jardim urbano
A única FLOR que RESTA
Tem o polegar opositor
(Nanû – “Quando o poder do amor se sobrepuser ao amor ao poder, o mundo conhecerá paz” – Sri Chinmoy Ghose)


Palestina Israel
A tartaruga jabuti
Teve seu caminho interrompido por concreto
(Quelé - As leis promovem o silêncio, a submissão e a obediência)


Lilith a barata blattaria negra amarela
Junto aos vermes
Desfila na passarela
No cadáver de Sharon
(Damiana - O mundo caminha aceleradamente para uma política cada vez mais suicida.)


A pequena toupeira chorou
Ao ver o pequeno pardal
Atravessar o muro
Entre Palestina e Israel.
(Anigav - “Dá-me o controle do fornecimento de dinheiro de uma nação, e não me importarei mais com leis” M.A. Rothschild – fundador da dinastia bancária Rothchild)



SENHORES DA GUERRA
No galho da oliveira
Um pequeno flor-beija
Observa humano com armas.
No avião que sobrevoa
Um pequeno humano
Observa humana com armas.
Na terra ao lado de uma pedra
Uma pequena formiga
Observa humano com armas.
Na sala ao lado de um telefone
Um minúsculo humano
Observa morte como lucro.
(Anigav - Acredito que as instituições bancárias são mais perigosas do ke os exércitos. Se os americanos permitirem à banca privada controlar a moeda, os bancos e as corporações ke irão crescer à sua volta irão privar as pessoas das suas coisas até ke as suas crianças acordem sem lar,...” – Thomas Jeferson)



IRAQUE, PALESTINA, 1ª GUERRA, 2ª GUERRA, PEARL HARBOR, VIETNÃ...
Atos
De um quebra-cabeça
Montando antes dos Fatos.
Atos e fatos
Pré-fabricados
Para haver um único vencedor.
(?) safados! Os banqueirxs!!
(Anigav - “se quiserem continuar escravos dos bancos e pagar pelos custos da vossa própria escravidão, deixem-nos continuar a criar dinheiro e a possuir o controle sobre o credito da nação” – sir Josiah Stamp)


MONÓLOGO DO ESTABELECIDO
Na floresta densa.
Pássaros
Na floresta tensa.
Abutres sem asas.
(Nanû - Quem é realmente meu/minha amigx?)



MONÓLOGO DO SEXISMO
Na floresta do sexo
Os pequenos beija-flores acasalam-se
Na floresta do sexo
Terraquexs humanxs copulam-se.
Na floresta do sexo
O prazer
Tem ke ser Plural
na Flor resta.
(Nanû - respeito os outros seres?)


MONÓLOGO DA ANTIARTE
Nada
Dada
Nada
Dada
Fica sussu
Segado
Fuma um
nada
dada
dadanada.
Faça dada mesma
(Nanû - já se observou no espelho e perguntou a si, quem sou eu?)



BIQUEIRAS
Na esquina
As armas
Apóiam a miséria.
As drogas
Suavizam a miséria
Na esquina.
As igrejas
Na esquina
Aumentam a miséria.
(Nanû - Na ponte de Gorgopotamos, uma faixa grande foi pendurada, com o escrito: "Ficar sentando no seu sofá é cumplicidade".)


MONÓLOGO DO PLANETA 
No meio
No meio do caminho tinha um Carlos
Tinha um Drummond no meio do caminho
Tinha um Carlos
No meio do caminho tinha um Andrade.
“Nunca me esquecerei desse acontecimento na vida de minhas retinas tão fatigadas. Nunca me esquecerei que no meio do caminho”
Tinha um planeta
Ke putoeta como eu
Ajudamos a la destruir.
(Nanû - Liberar nossas fantasias sexuais e desejos é perigoso para este sistema rígido. O capitalismo não quer pessoas sexualmente livres.”)


A MENTE MENTE
O trabalho mata a vida sexual.
Das sete às seis da tarde trabalhar
Das seis a sete no ônibus andar
Das sete as oito e quinze, outro ônibus andar
Das oito e quinze as quinze pras noves.
Chegar em casa.
Banho tomar para depois jantar
Das nove as dez a digestão e assistir a televisão
Novela aliena.
Das dez dormir para cedo levantar
Assim a vida levar
To cansado
Acho ke vou me suicidar.
 (Nanû - A criatividade, a energia criativa é podada pelo trabalho.)


DUAS CRIANÇAS DE 3 E 4 ANOS CONVERSANDO
Papai
Papaiii
Papaiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii
Papaiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii
Morreu.
(Nanû - somos todxs palestinxs)


CREMATÓRIO DOMÉSTICO
Asco
Sinto a ver-te
Com um cadáver
Na boca
(Nu - O trabalho mata a criatividade)


NÃO SEJAMOS ESPECTADORES DE NOSSA VIDA
No palco
Os espectadores observam
A personagem.
No alto
A pequena observa
O palco
Sem os espectadores
A aranha.
(Ney - Pintor de bueiros, becos, vielas y postes)



Jhon Rockefeller sofreu um acidente.
Foi de repente.
Justamente quando a gente estava limpando a 45,
que ia ser usada para outro acidente
proposital.
(Anigav - O que é o mundo para mim?)


RECICLE Y PRODUZA OU MORRA CONSUMINDO!!!
No telhado de barro
Quintal de Pedrinho
Canta o sabiá
Onde ali perto um jão-de-barro
Sabia reciclá
Para sua toca conspirá.
(Hexaclorofeno - Aracruz Celulose, Vale, Petrobrás, Arcelor Mittal e Samarco, injetaram milhões de reais nas campanhas eleitorais dos políticos capixabas. Na lógica coronelista do “toma lá dá cá”, a Feira do Verde representa um local privilegiado para a retribuição desse “favor”, devido a quantidade de circulação de pessoas. Diariamente, nossas riquezas naturais (minério, árvores/água, petróleo, mármore) são arrancadas da terra e exportadas em toneladas para os EUA, a Europa e a China.)


MONÓLOGO DO ORGANIZA-TE 
Fundo do mar
Um grande predador se aproxima
Pequenos peixes batem em retiradas
O tempo Iniamigo.
Fundo do mar
Os pequenos peixes numa performance
Numa miragem de um peixe maior
Faz fugir o predador.
Quando os de baixo se movimentam
Os de cima caem.
(Rasmim Hallai - Eu sou eu?)


MONÓLOGO DA NATUREZA COMO ESPETÁCULO
Num museu?
Ou...
O museu num?
Num quadrado
Ou...
Um quadrado num?
Numa caixa?
O que acha?
(Rarkatim kaskazim - Você é você mesmo?)


Ana amava Ana.
O tempo nosso iniamigo mostrou-lhe que Ana amava sem ser amada.
E Ana se apaixonou por Anigav
Que se sentiu atraída por Ana
Ao vê-la numa festa em que Ana
Era a aniversariante do dia.
(Katita - Eu realmente vivo ou sou um morto vivo?)


CHUVA DE CIFRÕES
Na pequena floresta
Enfeita a parede do senhor das armas
Que vive de fabricar guerras
Na flor resta urbana.
(Anigav – Viva a palestina livre)

MONÓLOGO DO PECADO ORIGINAL 
Original foi Lilith
Que deu origem a subversão
(Anigav - Quem é você?)

BAR Lixo hospitalar,
Morte,
Baba de dragão da Iugoslávia,
Vomito de bebe,
Ranhu e Tripas humanas.
Um gole dois tombos.
(Piauí - A loucura é total: polui-se a água que está no fundo do quintal e, para não interromper o processo da busca ao lucro, aumenta-se o custo pensando em transportar montanhas de gelo desde os pólos.)


O BAR
O MAR
O QUE ELES TEM EM COMUM?
ME AFOGO EM LÁGRIMAS de contentamento Y contemplação
Neste divã
O ABISMO
(Tucá - Nossas escolas “saneadas” pela ditadura militar, formam agrônomos com uma nova mentalidade, para construírem o “Brasil grande”. Multiplicam-se as fábricas de adubos; a engenharia genética passa a ser coisa corriqueira – porém milagrosa -, divulgada amplamente pelos jornais. E as multinacionais “cooperam” com o progresso brasileiro: financiam cursos, dão verbas para faculdades, oferecem estágios para estudantes e agrônomos recém-formados, que ouvem de experientes cientistas com sotaque – o que, no Brasil, confere grande poder de persuasão – as maravilhas conseguidas com o envenenamento da terra.)



CONTROLE SEM FRONTEIRAS
 Século 21
A liberdade é apenas
Uma marca de celular.
(Ari - Santa Cruz, Califórnia - Dois torturadores de animais da Universidade da Califórnia em Santa Cruz foram alvos de bombas incendiárias na manhã de sábado, 2 de agosto, mostrando outro sinal da crescente onda de ações diretas contra pesquisadores universitários que usam animais em laboratórios de vivissecção. Um carro pertencente a um dos desprezíveis vivissectores que estava estacionado em uma habitação no campus universitário foi bombardeado, destruindo totalmente o veículo. A casa de um outro vivissector foi também atacada com fogo. O incêndio ocorreu quatro dias após um freguês do Pergolesi Café, uma cafeteria no centro de Santa Cruz, ter achado alguns folhetos listando os nomes, endereços residenciais, números de telefones residenciais e fotos de 13 professores e pesquisadores científicos da Universidade da Califórnia em Santa Cruz. Boa sorte com os futuros ataques!) 


Uma pequena folha
Voa com a ajuda do vento
A pequena sábia cercado por grades
Observa, observa, observa
(Ladim - Por um mundo sem racismo, sexismo, colonialismo e repressão! Destrua as prisões até virarem cinzas!” )

Libélulas 
Na manhã de Lua 
Conspira a fuga do canarinho 
(Lia - A arte-sabotagem é o lado negro do terrorismo poético – criação através da destruição-, mas não pode servir a nenhum partido ou niilismo, nem mesmo a própria arte. – H. Bey)


No pequeno igarapé 
Abelha Hymenoptera Apidae operária 
Ocupou sua morada
(Juca - Depois que se inventou a sociedade monstruosa em que vivemos, seus criadores não podem mudá-la sem abdicar de seus privilégios. Eles não podem. O mecanismo da caça ao lucro passa por cima dos mais profundos conceitos de respeito à vida.)



 MONÓLOGO DA ENTROPIA
Lua e sol
Pernilongo Diptera
Sente o peso da mão de Josefina
Na fila da saúde pública
(Júlio - O capitalismo destruiu o ser nxs humanxs e privilegiou alguns com o ter.)


CENTELHA 
Expropriação bancária
Na calada da noite
O pequeno vagalume.
(Nelito - “Parte da resposta está no fato de não hesitarmos em gastar 21 bilhões para mandar três homens à Lua, mas temos dificuldade em conseguir 1 bilhão para limpar as águas a fim de proteger a saúde de duzentos milhões de americanos” – Snyder)

MONÓLOGO DA TERRA TRABALHO E CAPITAL 
A santíssima trindade capitalista
Privilegia a capitalista trindade santíssima
Num baile de máscaras
Onde você é apenas o garçom
(Doca - SÃO secretas as matanças da miséria na América Latina; em cada ano explodem, silenciosamente, sem qualquer estrépido, três bombas de Hiroxima sobre estes povos, que têm o costume de sofrer com os dentes cerrados.)

FRAGILE
 Inerte na horizontal
Morto a luas
Tid o pequeno verme
Se deliciando das entranhas
Daquele ke parecia o imortal
deus.
(Barosma betulina - “A causa e a cura do câncer devem ser buscadas na relação direta com a nutrição humana.”)

A caminho do rio para saciar a sede, caminha o elefante Lourival. Sentindo o cheiro, as cores do ambiente, o toque não sutil de seus companheiros, gritos de alegria, outrxs terraquexs não humanxs lhe observam e lhe dão vida, nessa imensa liberdade para todxs... Tudo isso não passava de uma lembrança de Lourival. Preso numa corrente. Quieto. Triste. Numa pequena cidade. Num circo. Que alegrava terraquexs massoquistas. (Lauro - Acredito que esta racionalidade que tantos delegam aos humanos, não passam de mais uma ilusão cientifica.)


 ARTIGO 19400 mg Medicamento geneticamente modificado por vírus y cacos de vidro uso adulto e pediátrico (crianças acima de 750 anos) Uso cerebral Contém 1 comprimido mastigável
(Fátima - As minhocas desapareceram das roças de cana ou de soja. Quem ainda não viu as rolinhas, andorinhas, pardais ou outras aves, “invadirem” aos bandos as antenas de televisão nas cidades? Elas fogem das roças, onde já não sobram árvores e, principalmente, onde não se pode mais respirar nem comer: o veneno poluiu o ar e matou os insetos que as alimentavam.)

Igreja da Sé 
Um terráqueo sangrando no altar 
Na mesa do alienador 
Um pequeno 
Louva-a-ninguém a se masturbar 
(Cazuza - A televisão é imagem da besta)

Putoesias por impulso
Meus pulsos
A navalha sorri
(Histidina - 9 agosto – Vimmerby, Suécia – Ações comunicadas por pessoas da Suécia: “vidros partidos na loja de peles local, carro do dono da loja fodido com tinta e etching fluid (uma espécie de ácido))

AMAZÔNIA
Um zoológico para o “prazer” sádico de apenas
Uma espécie de terráqueos
Onde o arco-íris não é plural.
(Isoleucina - 18 agosto/2006 – Asheville, Carolina do Norte. EU – Um incêndio ocorrido num centro de recrutamento das Forças Armadas dos EUA foi ateado deliberadamente. Os estragos chegaram a 50.000 dólares e o centro de recrutamento mudou-se para 25 milhas de distância.)


Monólogo do trabalhador no tráfico 
O prazer da experiência
O sol apaga
A lua acende.
A necessidade do compra-se
Valorizam a marca
G3
HK
AK
(Valina - 26 de agosto/2006 - Atenas, Grécia – foi atacado um McDonald´s no sul de Atenas, no subúrbio de Palio Fario de madrugada. Uma janela foi quebrada e foram atirados 2 coquetéis molotov para dentro. Os bombeiros conseguiram apagar a chamas antes que o fogo destruísse tudo. Companhias americanas, bancos edifícios de fascistas e do Estado são freqüentemente bombardeados por anarquistas na Grécia.)


UNO
Querem
Apenas uno.
Uno mundo
Uno império
Uno poder
Uno só
Uno chip
Para controle uno.
(Vagina - A civilização é uma contínua Guerra contra vida.)


O pequeno tamborim furado
Conspirou o fundo musical
Na expropriação de minha vida
(Leucina - A Natureza não se compra nem se explora! A Natureza se ama e se defende! Livres e Selvagens!)

O pequeno beija-flor
Algumas Luas
Beija-ira
Beija-farpas
Beija-dor
Beija-expropriação bancária Também.
(Metionina - 10 de março, Atenas, Grécia – Um grupo de policiais de tropa de choque foram atacados ao anoitecer. Eles foram agredidos com barras de metais e tiveram seus escudos e capacetes roubados. Dois policiais foram feridos.)


MONÓLOGO DO GRANDE CÁRCERE ONDE TODxS SÃO PRISIONEIRxS
Labaredas incontidas numa briga
Ke começou ontem no passado
Medo.
Hoje andar pelo corredor
Na domesticação da brutalidade
(Triptofano - 28 de janeiro, Hamburgo, Alemanha – “Ativistas revolucionários anti-militaristas” incendiaram a Mercedes de um alto diretor da empresa de armas “Blohm & Voss maritime systems” e atiraram bolsas de tinta na casa de outro executivo da empresa.)

Aboli x humanx que existia em mim
Aboli sem remorso ou medo
Hoje aqui...
Apenas
Um ser andróginx
Indecifrável
Indefinível
In In...
Inefável
(Nu de Araçatuba - 4 de novembro/2006, Galicia – Fazenda de peles foi atacada na Galicia. Mais de 1500 minks foram resgatados das gaiolas durante a noite.)

MONÓLOGO DA CRIANÇA 
Algumas luas
Brinca com o vento
Frutas maduras
(Aral - 2 anos. Ana. Ciclista. Médica. Psicóloga. 450 anos.)

MONÓLOGO DE ADOLESCENTE 
Nascer e adulto ser
Na savana urbana
A girafa
(Walker - A ciência é somente uma manifestação, ke está presa a uma ânsia por um controle ke nós temos desde ke começamos a cultivar terras e cercar animais ao invés de explorarmos o mais imprevisível (mas mais abundante) mundo da realidade, ou “natureza”. E a partir daí, essa ânsia conduziu cada decisão, do ke se diz “progresso”, até e incluindo a reestruturação genética da vida.)

ARTE
Ah!... Ahhhhhhh!!... Ahhhh!...té
ACABOU DE ESVAIR-SE
Em minúsculas partículas
Dando espaço à pluralidade do faça você mesmo.
(Alice - A tecnologia e o industrialismo abriram a porta para a última forma de domesticação da vida – o último estágio de civilização – a era da neo-vida.)


No canto quieto
Uma gota de chuva cai
Arrepia os pelos
Quieto
Gotas de chuva caem
E se mistura ao inerte.
(Dolores – Quieta. Arrepiada com as gotas de chuva. Se esconde ao fazer sangrar Rockefeller)
Trabalhadorxs
8 horas
11 horas
12 horas
17 horas horas...
enjaulado no tempo
ke é reflexo de um mundo de mentiras
(Nunu - A série de falácias se harmoniza para transformar o ke poderia ser uma sociedade feliz e abundante em infeliz abundância.)


TODAS AS PESSOAS TEM UM CHEIRO PRÓPRIO 
A diferença existe
O babaçu sabe disso
O vento ke o diga.
(Luiz - Não é preciso sentir bem os cheiros para uma relação sexual satisfatória. Mas com cheiro é muito melhor.)


SERÁ QUE X HUMANX É BURRO? 
Desejos artificiais para uma vida quadrada.
Quadrada vida para desejos artificiais
A verdade é mais um
É plural.
(Xantófila - A destruição do meio ambiente, o perigo ke a Terra corre e o risco de o humano desaparecer são verdades afirmadas por ecólogos de todas as correntes científicas e políticas. Se é assim por ke x humanx não reage?)


SERES DO NOSSO MUNDO
Caruncho da batata-doce
Lagarta da espiga de milho
Mosca dos cifres do gado
Mariposa da broca da maçã
Gafanhoto melanoplus
Broca da macieira
Mosquito anofelino da malária
Cochonilha cabeça-de-prego
Mandrová do fumo
Cigarrinha do algodoeiro
Pulgão pintado da alfafa
Cigarrinha da folha de batata
Broca européia do milho
Lagarta dos abetos
Caruncho da alfafa
Mosca typoderma do gado
Tripes da cebola
Caruncho do arroz
Mosca de bicheira
Besouro do pinheiro
Mariposa da broca da cana-de-açúcar
Percevejo lygus das plantas
Lagarta militar leucania
Mosca domestica
Besouro rajado de branco
Besouro leptinotarsa da batata
Caruncho da ameixa
Percevejo blissus das gramíneas
Pulgão-verde do pessegueiro
Lagarta da couve
Cupim subterrâneo
Besouro mexicano do feijão
Mariposa da lagarta do fumo
Baratinha domestica
Lagarta da mariposa cigana
Besouro japonês
Mariposa da lagarta do broto dos pinheiros
Lagarta rosada
Caruncho do algodão
Traça-da-roupa
Ácaro vermelho
Besouro preto dos tapetes
Gafonhoto filistado
Besouro do pepino
Mariposa estigmente
Percevejo verde fedorento
O vento ou os insetos na polinização das flores
Tulipa
Trigo
Lírio sagrado
Mandrágora velloziella
(Ureta e Bexiga – infecções – as cistites se manifestam essencialmente por dor ardência à micção e devem ser tratadas para evitar evoluírem para uma pielonefrite. As plantas úteis são: quebra-pedra, urtiga roxa, lupulus, buchu, cavalinho do mar, cramberry e salsa-raiz.)



MINHA MARICA
 Amante.
Hoje 7/11/2008.
Encontrei minha amante depois de quase um ano em ke ela sumiu.
Sumiu simplesmente.
Simplesmente foi-se.
Nada de cartas
Nada de toques
Nem sutis
Nada de códigos
Cheiros, centelhas...
Nada.
Por acaso o meu subconsciente disse ao consciente sobre um baseado esquecido num dia qualquer.
Na caixa de correspondências a mão esquerda tatuava a procura, quando ao tocar o baseado trouxe junto ela.
Amor incondicional
Amor.
Amante surreal.
(Duda - “Quando os missionários chegaram pela primeira vez na nossa terra, eles tinham as bíblias e nós tínhamos a terra. Cinqüenta anos depois, nos tínhamos as bíblias e eles tinham a terra.”)
Ao pousar no muro para descansar.
Depois de uma viagem longa fugindo do inverno.
Juan Manuel Ferrario a pequena libélula.
Foi a única álibi para Makhno.
Palestino.
Assassinado por ir buscar a bola de futebol do outro lado do muro pelos donos do muro.
(Konstantin Lunkin - Recentemente outro assassinato aconteceu em Moscou. Nazistas esfaquearam Dmitri Kashinzev durante uma festa pacífica numa rua. Seu pai morreu de ataque cardíaco dias depois, não suportando a morte do filho.)


Na esquina da Rua Peste Negra com a Rua Insonnia
o grafite e a ponta do spray assassinaram a sangue frio,
o olhar do opressor com a mensagem
“Quando os de baixo se mexem os de cima caem”.
(Ninukab - Bakunin disse que "as pessoas vão a igreja pelos mesmos motivos que vão a um bar: para hostilizar, para esquecer a sua miséria, para imaginar serem, por alguns minutos, também, livres e felizes”. Talvez possamos dizer o mesmo do futebol negócio, com estas bandeiras nacionalistas agitadas e a sua cegueira, com as estridentes vuvuzelas. Deste modo parece mais fácil de se esquecer do dia a dia, de tomar parte na luta contra a injustiça e a desigualdade.)

APRENDER É CRESCER 
Numa noite densa e úmida
Os filhotes de corvos y condores
Socializam informações
(Margaret Mead - "Nunca duvide que um pequeno grupo de cidadãos preocupados e comprometidos possa mudar o mundo; de fato é isso que tem mudado". Imagine se todos nós estivéssemos juntos.)


COPA DO MUNDO 
Os debaixo assistem
Os de cima lucram.
(Flor- Dia indeterminado. México: Destroçam os vidros de uma loja de “venda de filhotes”, em Guadalajara. )


A PEÇINHA
A personagem fuma um no palco
E procura a marica
Ke estava escondida numa pequena fresta
Esquecida por si mesma
(Lambros Foundas - “Se os mecanismos de repressão acreditam que nos aprisionando vão acabar com a gente, estão redondamente enganados. Seja fora ou dentro das prisões, a luta vai continuar, é uma questão de honra e dignidade”.)


ÚLTIMAS AÇÕES NA GRÉCIA 
Na beira do mar
Na beira do mar
Aprendi a jogar
Putoesia.
(Anigav - A chispa rebelde na Grécia continua acessa e ardendo. Na última semana mais uma série de atividades e ações aconteceram por todo território daquele país. Policiais são atacados - Neste sábado (28), aproximadamente sete polícias, enquanto estavam fazendo patrulha no centro de Atenas, foram atacados por um grupo de mais ou menos 50 anarquistas. Um policial foi ferido e transportado para o hospital, posteriormente o grupo destruiu a fachada do Banco Nacional, localizado na rua Eolu.)


O CARRO 
Diante do espelho retrovisor
Com os olhos...
Observo o
Mundo lá fora.
Por alguns segundos reflito sobre...
O arco-íris mudou de cor
E meus olhos mudaram de mundo.
(Alves – o menino do outro lado do vidro) A SEIA Aposto Tolos! (Alves – o décimo terceiro que não era apóstolos)


HUMANOS DESCARTÁVEIS
Perambulando pelas placas e bytes desse nosso mundo virtual
Humanos umbilicalmente cortados e descartáveis
Plantei no jardim 64 Mega de Ram
Ao olhar pela janela
Apenas a tecla delete
Me sorria
E por impulso Enter.
(NANÛ – o fugitivo)


7 minutos de lágrimas 
Um minuto, dedico aos animais que tiveram suas vidas subtraídas de seu habitat...
sendo torturados para servirem apenas de meros suvinirs em espetáculos circenses e rodeios;
Outro minuto, dedico aos meus irmãos nigerianos, etíopes, somalianos, chineses, judeus, coreanos, palestinos, ... que morreram por não Ter apenas um pedaço de pão quando assim teve fome;
Outros dois minutos, que somam quatro, as crianças iraquianas que apenas queriam ser crianças;
Mais um minuto, dedico a destruição para construção, mesmo sabendo que há dor;
E para finalizar dedico dois minutos a morte da interrogação
Sinto falta dela nas pessoas.
(NANÛ - o sequestrador de particular solares)



Floyd, Dino, Renato Maia, Miséria, Dida, ... (Todos os poetas contraculturais) 
De poeta todos tem um pouco
Mas de contracultura são poucos.
(NANÛ - o putoeta)

“me sinto as vezes...
Espelho”
(Alves – o espelho)

PROCURA-SE
Que como eu...
Erra.
Procura-se...
Vivo e não morto vivo.
(NANÛ - o cu)

CÓDIGO DE BARRAS
O que são códigos de barras?
São umanos indianamente sem o H.
(Alves – o furador de fila)


SONAMUH 
Acordo...
Observo o relógio
São 4 horas da manhã
O espelho
Vejo meu sorriso
Já não era o mesmo
E descubro
Que sou Humano...
Descartável.
Não fui convidado
Para festa
Em que deus
Dava na sua mansão;
Comemorava o sucesso
De seu filme
O assassinato de si mesmo.
(NANU 29.4.2003)


Acabei de passar pelo meu guarda roupas e descobri que ele só me é estranho quando estou nu.
E que uma marca pode substituir a personalidade.
Quem diria.
Ser observado na rua não por ser eu mesmo, mas pela calça que usa.
Estar bem vestido para muitos é a condição que o faz pessoa, gente.
Hoje... não me alimentei
As flores do jardim tinham murchado.
(NANU – O ALIMENTO E O GUARDA ROUPAS)


ESSE MUNDO ADULTO NOS DESTROI
Olhares atentos
Sorrisos e risos
Que fazem do eterno algo simples
Pequenas criaturas
Grandes gestos
Ao invés de pedras flores e sorrisos angelicais
As crianças já não mais herdaram o reino dos céus.
Elas fizeram pacto com vários demônios.
(NANU – angelical demoniac)


REBELIÃO DAS PEDRAS 
(homenagem ao povo Palestino)
Do alto da montanha
Observo e vejo...
Pedras
Pedras que sobrevoam...
Olhares tétricos e vida sem vida;
Pedras que acertam o alvo;
Pedras que se transformam em poesias de cacos;
Pedras que das flores
A primeira;
Pedras que das pedras
A que realmente tem vida;
Não tem apenas nome de pedra.
Tem vida.
Pedras que fazem chorar;
E quando acerta o alvo
Faz rir a busca da liberdade.
Algumas pedras... tem realmente vida.
(NANU – o Palestino do Cosmo)


E O HOMEM ACHA QUE SABE CANTAR
Platycichla flavipes
Carpornis cucullatus
Saltator similis
Crypturellus noc tivagus
Chiroxiphia caudata
Drymophila squamata
Pyrrhura frontalis
Schiffornis virescens
Turdus albicollis
Chamaeza campanisona
Atilla rufus
(NANU - vocal da banda LADESGRACIONE)


PARA MIM PARA TODOS 
Para mim reivindico o direito de ser o que sou...
Eu mesmo
Mesmo
Sabendo que farei chorar olhos;
Para mim reivindico o direito de caminhar
Caminhos;
Para mim reivindico o direito de ver a liberdade sair dos dicionários e vivê-la plenamente;
Para mim reivindico o direito de ver as flores sendo flores;
Para mim reivindico o direito de ver os animais como eu, em seus habitat;
Para mim reivindico o direito de comer se assim o desejar;
Para mim...
Para mim reivindico para todos.
(NANU - beijos no anus)



FLOR NO ASFALTO
Carros acabam de passar indo em direção ao alvo;
Pessoas sobrevoam outras
Não há toques, apenas esbarrões.
A água caminha pela rua, levando com ela embalagens de chicletes
Este, jogado pela Naomi Campbell
Que dias atrás... usava camiseta de preservação ambiental;
A mesma água chegou ao rio que brindou a coleção de figurinhas
Só faltava essa para completar o fim. – disse o rio chorando.
O sinal esta verde
Apenas uma formiga atreve-se a atravessar
Esse labirinto de interrogações
Um mundo minúsculo em um mundo maiúsculo;
Letras e frases em outdoor que não dizem nada
As formigas e outros insetos não entendem.
No meio do asfalto
A andorinha sobrevoa
Uma semente que caiu junto com as fezes
Uma fresta... um pequeno buraco
No asfalto
E lá a semente
Dias, noites...
Dia 18, 19, 20 e 21 de abril 2003
Uma flor ousou nascer
No asfalto frio e calculista.
Segunda- feira
Objeto identificáveis
Passaram ao lado... por cima
E hoje ela apenas deixou saudades
A pequena formiguinha que atreveu-se
Ir vê-la.
(NANU – A formiga)



TODO DIA INTERNACIONAL DA MULHER
Séculos e séculos se passaram
O relógio continua fazendo o que sempre fez
E nós!?...
Novos designers para corpos pré moldados;
Novas roupas;
Novas modas;
Novos seios;
Novas bundas;
Novos visuais para vidas artificiais;
Novas vidas para mortos vivos;
Novos corpos para corpos já ultrapassados
E novos cérebros.
Talvez!?
Os “homens” continuam os mesmos, com seus 365 dias Futebol e vazios;
As formigas seguem seus caminhos;
Os pássaros quando não estão presos, voam;
Hoje... (08.3.2003)
Continuamos sendo expostas em açougue;
Continuamos sendo vistas como peças em exposições;
Continuamos submissas a esse mundo inóspito;
Continuamos... e nada fazemos
Medo?
Talvez!?
Continuamos sendo adereços apenas para o sexo;
Gostamos do sexo, mas não somos apenas sexo.
Parte dele, sim!
As flores já não são sinônimos de romantismo.
A face continua lá
Apenas mudou de endereço para os seios e bundas.
Idolatria do corpo
A música já não é mais um conjunto de poesias
Se tornaram apenas palavras obscenas num mundo de machos e fêmeas
E o que fazemos
Esperamos “salvadores da pátria” ou “salvadoras da pátria”
De braços cruzados
Esperamos... esperamos... e esperamos.
(Alves – a mulher que cansou de esperar)


PEQUENO CACOS DE VIDROS
Andando pelas calçadas urbanas, vi pegadas de bebê
Vi cicatrizes de famílias sangradas;
Vi pedaços de átomos e células fetais
Vi e revi meu reflexos nas pessoas.
Atravessavam a avenida todos enfileirados indianamente a busca de Mães que perambulavam pelo nada
Em cartazes de procura-se
Com olhares tristes e sombrios
Nas gôndolas de supermercado
Nas vitrines hurbanóides
Nos outdoor humanos
Nas palavras jogadas nos muros
Lá estavam eles
A procura
Do leite materno.
(NANU – a folha levada pelo vento)


 GARRAFAS DESCARTÁVEIS 
Aqui jaz...
A personalidade humana
Marcada por um pequeno prazer.
(Cauê – o catador de lixo)

SENTADO OBSERVANDO O POR DO SOL E BEBENDO NA FONTE DA FUMAÇA
 Será que deus desceria de seu altar,
De seu mundo surdo e mudo
Para observar as formigas?
Será que deus sairia de seu desabitat
Para falar com os vermes?
Será que deus sujaria suas mãos para dar
De comer aos abutres?
Será que deus regurgitaria para alimentar
As cobras?
Será que deus cortaria seu pulso para dar vida...
A uma flor assassinada pela sua cria?
Será que deus faria respiração boca a boca com...
Um sanguessuga?
Será que deus passaria noites em claro para...
Cuidar de filhotes de condor?
Será que deus... realmente seria um deus?
Acho que não!!
Não!!
Tenho que ir pois tenho que buscar a Lua
Na escola.
To vendo que o cálice de fumaça
Já fez efeito.
(Cauê – amantes da interrogação e das inverdades)

Ei hai? 
O que? 
Cai o Hai. 
(NÛ - coçando o cu)


PARA AQUELES QUE ACHAM QUE A POESIA, É... SÓ PARA EXPRESSAR PALAVRAS... DITAS DE AMOR, eu direi: 
Ao invés de falar de amor, prefiro falar de ódio
Abstrato?
Também! Mas...
Ódio abstrato, ódio real, ódio concreto, ódio surreal,
Ódio sublime... más ódio!
De ódio a todas as leis, regras e imposições;
Pois não sou cor-de-i-ro;
Não sou apenas um humano que aceita calado,
Mesmo vivendo em um mundo de deuses cifrões
Em altares construídos por hu-ma-nos;
Não quero apenas pastar e berrar quando assim eles ordenarem;
Não quero viver como um morto-vivo,
Que só tem vida quando realmente está morto;
Quero ser, e sou... ovelha negra;
Erva daninha;
Ferrugem;
Sabotagem;
E destruição...
Ovelha que escapa e vai pastar em outros lugares;
Ovelha que canta e não apenas berra;
Negra sim!!
Negra... como uma das cores do arco-íris;
Negra... como a cor da resistência;
Negra... como a negação e não a submissão surda e muda
Calada e morta.
Negra sim!!
Como tudo que existe e resiste.
Porque falar de ódio?
Porque se você olhar realmente...
Não para seu umbigo...
Mas um giro pelo cosmo
E verá realmente o que está acontecendo;
O seu olhar responderá a pergunta, de que poesia foi feita para expressar não só palavras carinhosas
Mas palavras... profanas, blasfemas, farpadas, ásperas e... odiosas.
Minhas poesias
São navalhas
Sangram ao tocá-las
Isso responde sua pergunta?
(NANU – o odiador)


HUMANOS FORA DE SEU CICLO NATURAL
Depois do cordão umbilicalmente cortado,
E toda tentativa de ser superior ao verme devorador de corpos humanos;
Depois de mudanças ditas progressivas;
Depois de criar antes e depois como ponto de vista, data pra tudo...;
Depois de fazer da Lua e do Sol algo como...?
Nada!
Depois de trocar vidas por árvores de concreto com algumas estrelas;
Depois de tentar entender a si mesmo e...
Nada de novo no front;
Depois de dividir particular atômicas para se sentir bem ao olhar no espelho;
Criar redomas de vidro pra prender a palavra paz;
Criar artificialidade naturalesca em bytes e clones;
Criar repostas que não explicam nada;
Depois de criar sorrisos plastificados em jardins de édens;
Falsos valores;
Deuses existentes em nuvens de fumaça;
Mundo imundo;
Prazeres supérfluo que hoje necessidade;
Depois de criar regras para ditar como deve ser o nascer do sol;
Criar palavras como racionalidade para diferenciar ele dos outros;
Depois tentar entrar em contato com outros seres e nada de novo...
Criar máquinas que iludem olhares depois que o arco-íris muda de cor;
Depois de tudo isso e outras...
Esqueceu que é um mero ser na cadeia da evolução;
Um pequeno menor que grão de areia verme;
Ainda assim...
Ele é o único ser que tenta explicar a natureza a ele
Mesmo em telas de TV.
(Tataw – o devastador de particulas subneuróticas abstratas morta)
PU(o)TO(e)SiA
Pra eu... a putoesia é ruptura
Pra tu... é palavras sem sentido
Pra ele... desconhecida
Pra ela... Estrutura
Pra nós... androginia
Pra vós... descompostura
Pra eles... vinho vulgar
Pra elas... L@putoemania
(Anigav - O sentimento de justiça e igualdade, o amor à liberdade e à fraternidade humana – estes fundamentos de toda verdadeira regeneração social -, o Estado comunista suprimi-os, exterminou-os.)


VAIDADE
Vai Idade
Vai idade
Vai de encontro às máscaras ke usamos cotidianamente
Vai idade
Vai ao encontro do ter assassinando o ser
Pois o ser não reflete mais
Vai idade
Vai de encontro a nada
Vai idade
Vai dizer que tudo passa
Como o javali que saciou a sede e foi-se
No meu jardim
Infelizmente urbano
A vaidade murchou
A idade me presenteou com respeito às diferenças
E jamais quis o ter
Encontrei-me no ser
Eu mesmx
(Anigav - • Alfredo Bonanno - Filaki Koridallou Dikastiki - T.K. Atenas, 18 110 – Grécia - Alfredo, com 73 anos, pode ser o mais antigo prisioneiro em todo a Grécia. Ele foi preso em 1 de outubro de 2009 em Trikala com Hristos Stratigopoulos, acusado de "cumplicidade em crimes graves (assalto a banco)". )


KOMBAI(Indonésia)
Na floresta densa
Onde a sonoridade voa
Voa intensa
A tecnologia pensa
A sonoridade prensa
Com a simples intenção
Destruição da cultura coletora caçadora
Que evolui lentamente
Como a vida deve ser
Lentamente.
(Anigav - Todo Estado é terrorista. A lógica do Estado é o da repressão, o controle, a expansão territorial, o genocídio e a exclusão, ademais da aniquilação do povo nativo das regiões que dominam. Sem repressão, sem mortes, não pode haver Estado. O Estado não nos protege, temos de tirar essa idéia da cabeça que nada mais é que um mecanismo de controle de nossas mentes, o Estado não somos todos, o Estado é a miséria do capitalismo, é a polícia matando jovens nos bairros, é os políticos roubando o que nos pertence, é o padre abençoando os milicos, é a imprensa que nos mente e distrai. Somos reféns deste Estado.)


Agosto eu mim
Eu nasci oito agosto
Desgosto em si
(Anigav - Dia 14. Chile: As janelas do restaurante “Parrilladas Argentinas” são quebradas, a fachada é pichada e manchada com bombas de tinta vermelha. No caminho uma imobiliária teve também suas janelas quebradas. “Com estes atos saudamos os companheiros Abraham López e Fermín Gómez, enjaulados pelo Estado mexicano, e a Matías Castro, enjaulado pelo Estado chileno. Força companheiros, daqui nos irmanamos com suas idéias e prática, multiplicando as ações. FLA/FLT (Frente de Libertação Animal/Frente de Libertação da Terra)”.)


 OCUPAR
 Ocupar o seu universo
E ao inverso
Criar versos
Ocupar a página em branco
Miscigenar tudo com putoesias
Ocupar o espaço vazio
 Dizer ao vazio ke o vaso tem rosas murchas
Ocupar o tempo perdido com o achado tempo
Ocupar o silêncio
Com palavras
Ocupar ocupar ocupar
(Anigav – Assim, na madrugada de domingo (13 de junho), foi atacada a pedradas uma loja da Benetton na rua Fuencarral, em Madri, estilhaçando a vitrine; ainda deixamos pichado "aqui se explora o povo Mapuche" e "Mauricio Morales sua luta um exemplo". Que o medo mude de lado! )


VAIDADE
A diferença entre o espelho
Minha vai-me
É ke a idade
vai vai vai
(Anigav - • Haris Hatzimihelakis - Filaki Koridallou Dikastiki - T.K. Atenas, 18 110 - Grécia - Haris foi preso em 23 de setembro de 2009 sob a acusação de pertencer ao grupo Conspiração das Células de Fogo.)

COPA 2010 – ÁFRICA – 2º tempo 
No deck LuxAlt
Enquanto o jogo ocorria
Eu e Anigav transavamos
AltLux
(Anigav - Nosso ataque é um sinal de ódio contra aqueles que fizeram milhares de prisioneiros em greve de fome, a quem usam os nossos corpos, bem como dos demais animais não humanos e a própria Terra como uma mercadoria para encher os seus bolsos. Contra aqueles ao redor do mundo que matam milhares de milhões e, em particular a todos os nacionalistas asquerosos que orgulhosamente comemoram 200 anos de hipocrisia, fome e miséria capitalista.)


MONÓLOGO DO MONÓLOGO DO MONÓLOGO DA MONÓLOGA
Sem xs piratas a estória e a história não seria a mesma
Sem a literatura a aventura não seria plural
Sem as flores a Floresta não seria
Sem o vento o cheiro não se socializaria
Sem as cores o arco-íris seria...
Sem a pintura eu me suicidaria
Sem a poesia não haveria canteiro de fagulhas
Sem aprendizagem não haveria crescimento
Sem a sonoridade a Cadáver do ser supremo não existiria
Sem a putoesia esses rabiscos não aconteceriam.
Beijos no cóccix ...
(Anigav - Hoje, o futebol negócio e a Copa do Mundo trarão lucros exorbitantes para um pequeno grupo da elite mundial e nacional (com milhões de gastos desnecessários, especialmente em um momento de crise capitalista mundial), que cobram aos seus clientes-torcedores- espectadores milhares de rands, dólares, libras, euros, etc., para assistirem futebolistas caindo em excesso e mergulhando em campos super bem tratados e que discutem, através de agentes parasitários, se são ou não dignos de seus salários mirabolantes (Kaká recebe mais de 10 milhões de euros por ano no Real Madri).


MONÓLOGO Dx ANARQUISTA
 O vento sopra
Salvia officinorum
As utopias são reais.
A liberdade não é só uma palavra em que o dicionário mente sobre
A GENTE Descaradamente
Persistentemente PERCORRENDO FARPAS NO JARDIM
Com máscaras de desordem “desorganizando posso me organizar
NA HORIZONTALIDADE DA PLURALIDADE. me organizando posso me desorganizar”
NA DESTRUIÇÃO DA MAIS VALIA
A liberdade não se mendiga
Conquista-se.
Arriske-se
ARRISQUE-SE
Eis ai CONFLITO Y SOLIDÃO
A liberdade é conflitos constantes hoje.
AGORA Movimente-se
MOVIMENTE-SE
O monólogo do anarquista
FLUI PELO ÓDIO ALVO
Ke grita aos quatro ventos
LHE HÁ ESPINHOS Y ERVAS DANINHAS
Plural conquista
CONQUISTA PLURAL.
Seres anarquistas
COMO O VENTO KE É DE TODXS
É descobrir sua pluralidade
Que você não esta só terráquexs
Somos irmãos porra
Você tem hoje
SEMPRE ONTEM
Amanha vai ta do outro lado do balcão
Ai!? Cumpadi Ser anarquista é resolver o problema somando
CONSPIRANDO, PIRANDO Y TRANSPIRANDO
Somos terráqueos e a evolução é para todxs, ela não DISSE NADA
Divide-se, se soma
Se eu morro.
Tu também
FLORES LIBERDADE
Grito grito grito grito
Liberdade
igualdade
fraternidade
SOLIDARIEDADE
(Emma Goldman - Uma revolução só pode resultar em fator de libertação se os meios utilizados forem idênticos aos objetivos buscados. A revolução é a negação do que existe, é um violento protesto contra a desumanidade dx humanx para com x humanx, com as mil e uma escravidões que ela comporta. É a destruição dos valores dominantes em um sistema complicado de injustiça, de opressão, e do mal que foi criado pela ignorância e pela brutalidade. É a anunciadora dos novos valores, precipitando-se para a transformação das relações humanas, não apenas para nova distribuição do bem-estar social. É tudo isso, e ainda mais, muito mais. É, de início e acima de tudo, o reclassificador, o portador, dos novos valores. É x grande professor/a da nova moral, inspirando xs humanxs com nova concepção da vida e de suas manifestações nas relações sociais. É o regenerador mental e espiritual.)


Civilização 
Palavra vazia-se 
Destruição-me 
(Anigav - Em um comunicado, explicando a sua recusa em se inscrever no serviço militar de Israel, Kogan Diane disse: “Recuso-me a servir ao Exército porque creio firmemente que um regime militar não ajudará a alcançar a paz. O militarismo é uma força violenta, porque ensina a resolver os conflitos através de meios ofensivos, com armas e força bruta. Não faz sentido que um lado vá usar a violência como um caminho para a paz na esperança de que do outro lado simplesmente se aceite isso. A violência leva à violência e eventualmente a guerra, que então conduz a mais guerras. Derramamento de sangue não é o caminho e deve ser evitado a todo custo. Portanto, eu, sinceramente, recuso-me firmemente a cooperar com o sistema militar e seus ideais, que acho que estão podres desde a base, e estão muito longe de ser a forma de se alcançar a paz entre os povos".)

Na minúscula das palavras
Resolvi gritar
Gritar aos quatro ventos
Gritar para que o silêncio possa me ouvir
Gritar ao infinito
E dizer
E dizer-lhe
E dizer-me
Revolucione-ser
Revolucione-ser
E não
Revolucione-ter
(Anigav - Konstantina Karakatsani - Kentriki Kleisti Filaki Ginaikon – Koridallos - T.K. Atenas, 18110 - Grécia - Konstantina é acusado de fazer parte do grupo Conspiração das Células de Fogo. Em fuga desde 25 de setembro de 2009, foi presa em 22 de abril de 2010. Um par de semanas atrás foi transferida da prisão feminina de Eleonas para o módulo de mulheres de Koridallos.)



Roube-me se
Assim privilegiar
Mais ke necessário
(Anigav - • Panagiota Roupa - Kentriki Kleisti Filaki Ginaikon –Koridallos -T.K. Atenas, 18110 –Grécia - "Pola" foi presa em 10 de abril de 2010, juntamente com outros cinco companheiros, acusados de pertencer à organização de guerrilha urbana Luta Revolucionária. Em 29 de abril, juntamente com Maziotis e Gournas e através de uma carta aberta, declarou ser de fato um membro desse grupo. Devido a sua gravidez muito avançada (vai dar a luz em 20 de julho) foi transferida da prisão feminina de Eleonas para Atenas, e está atualmente à espera de ser levada para o hospital.)


 Na lápide 13
Uma pequena rosa murcha
Descobre a vida
(Anigav – • Panagiotis Masouras - Neon Kratisis Katastima eidikos Avlona - T.K. 19 011 - Avlona, Ática - Grécia - Panagiotis foi preso em 23 de setembro de 2009 sob a acusação de pertencer ao grupo Conspiração das Células de Fogo. Desde o início de sua detenção está na mesma prisão de menores. )


PUTOETA
Meus rabiscos são pinturas
Para os olhos
O cérebro quando assim o desejar
O cheiro alguns...
Vão encontrar
O tato no estreitamento dos laços
E o paladar da imaginação
Água no corpo
Meus rabiscos
São pinturas
Ke socializam informação
Dos e para os debaixo.
Não sou poeta
Sou putoeta
(Anigav/ Labaki - A ironia maior desta história toda é que o futebol era originalmente o esporte da classe trabalhadora. Ir assistir aos jogos nos estádios era uma atividade de baixo custo e de fácil acesso para as pessoas que escolhessem passar 90 minutos das suas vidas esquecendo o cotidiano sob a bota do patrão e do Estado. )


VATOS 
Em atos eu-me
Vatos nessa manhã
 A vagabundear
(Nikos Maziotis – "E se os nossos caçadores e as autoridades políticas do país acreditam que têm toda a sociedade ao seu lado, se acreditam que a maioria das pessoas nos consideram uma ameaça social, estão mais uma vez enganados. Para a maioria da população, a ameaça social vem do governo, das medidas anti-sociais aplicadas governo após governo, da corrupção com o dinheiro público... dos mecanismos do Estado...”.)
PRONOME POSSESSIVO
Eu?
Não lhe pertenço!
Nem muito menos você a mim
Se me dá prazer
Eu de darei
Se não!?
Seremos meros olhares sem toques.
(Nauá – a beija-flor de Lis)


A VAGINA
Vá Gina
Tenha prazer
Antes
Que vá
Ficar com Medo.
(Nauá – a beija-flor de vagina molhada)

PÊNIS 
Homem
Omen
Money
 Man
 É fácil
É...
Phalus.
(Nauá – a beija-flor de cannabis sativa)


MUITO ALÉM DA VAGINA
(dedicado as mulheres que se submetem a entrar com algo na vagina para satisfazer seus companheiros na cadeia)
Lá estava eu
Diante do espelho
Nua
Acariciando ela
Quando deu por mim
Eu e Cauê
Nos deliciamos na cama
Regado a fumaça e prazer
Nos deliciamos na lama
Regado a fumaça e lazer.
De volta ao espelho
Nua
Novamente
Minha vagina
Chorava lágrimas
De gozo
Lágrimas de mais um dia finito
(Nauá – a beija-flor de bela dona)

MEU CORPO SÓ A MIM PERTENCE
Infelizmente existem mulheres que não querem ser dona de seu próprio corpo
Medo e submissão
Infelizmente
Algumas não querem
Ter prazer apenas dar prazer
Infelizmente.
(Nauá – a beija-flor de maconha)



SEXO, BEIJO E ARAME FARPADO
(manifesto ao direito das visitas intimas as mulheres presidiárias)
Ele me apontou no meio da rua
Dizendo me palavras de ofensa
Eu nua
Olhei para ele
E disse:
Nem todos merecem minha vagina.
(Nauá – a beija-flor de lírio)


ABORTAMENTO 
Isso...
Se já dito
Direi
E se direi
Farei
E se farei
Não devo nada
A vos miceis
Pois é meu corpo
A mim pertence
E digo mais:
Ter ou não Ter?
Eis a minha questão.
(Nauá – a beija-flor de Lotus)



MULHER
Nos podaram quando resolvemos brotar
Nos aniquilaram na linguagem
Quando resolvemos nos expressar
Lexias criaram para nós ofender
Somos meras suvinirs para o phalus
Pensam eles.
Mulher!
Eis que levanta do túmulo
E vá.
Não somos apenas reprodutora
Não somos apenas mãe
Não somos apenas namorada
Não somos apenas amante
Não somos apenas filha
Não somos apenas a outra metade
Não somos apenas a tampa da panela
Não somos apenas esposa
Não somos apenas objeto de desejo
Somos mulher e ponto Porraaaaaaa!!!
(Nauá – a beija-flor de cogumelo)



LIBERDADE PARA USAR NOSSO CORPO
 De um universo
Sai
Pela vagina
E logo descobri
Outra
Que habita em mim.
Aos nove apanhei
Por mostra-la em papel
Com letras de criança levada
De vagina arreganhada.
Hoje...
Somos grandes amigas
E mostro-a para quem me
Dê prazer.
(Nauá – a beija-flor)


MACONHA E VAGINA
 A fumaça passa e perpassa
Por entre meus sentidos
Alguns aguçam
Outro vagarosamente torno a perceber
Na vitrola os chiados de meu vinil preferido
A mão esquerda me acaricia
A chuva que vem de dentro
Me deixa molhada.
Abro a janela
O vento
Me traz o cheiro
Resolvo
Sair
Para saciar-me.
(Nauá – a beija-flor de ópio)
MONÓLOGO DA HIERARQUIA
De cima pra baixo
A cachoeira vem banhar-nos de escravidão
(Emerson - O fato de a hierarquia sob todas as formas – domínio do jovem pelo velho, da mulher pelo homem, do homem pelo homem na forma de subordinação de classe, de casta, de etnia ou de qualquer outra estratificação da sociedade – não haver sido identificada como tendo âmbito mais amplo que o mero domínio de classe, tem sido uma das carências cruciais do pensamento radical. Nenhuma libertação será completa, nenhuma tentativa de criar harmonia entre os seres humanos e entre a humanidade e a natureza poderá ter êxito se não forem erradicadas todas as hierarquias e não apenas a de classe, todas as formas de domínio e não apenas a exploração econômica.)

 MONÓLOGO DO CONSPIRADOR/A 
A criação
Cria ramificações
(JUVENAL – Canta junto com Neguinho. Moda de viola criada por eles mesmos, no bar do Bearari. Sábado. Sol. Tião carreiro y pardinho também veio pra participar)



MONÓLOGO DO FARMACÊUTICO, DO TRAFICANTE E DO BOTEQUIM
 Um...
Vende a dita Cura
Outro a procura
E outro...
O curativo
(Luiz Homero – as furtivas ditaduras de unanimidade e o “consenso fabricado” estão muito evidente e explicito demais, basta apenas um olhar “clínico” ou “psico-social” se liga vacilão)



 MONÓLOGO DO DOMÍNIO DA TECNOLOGIA
A logia acaba de dizer que a tecno pisou e tá pisando na bola.
Para engarrafar a mente humana numa logomarca de um produto na prateleira em que os olhos de Nuna.
1 ano e 6 meses possa servi-se do veneno.
A tecnologia Mente
E faz crente que não mente
Mais tem muita gente
Que acredita
Piamente.
Onde está a lógica?
(Gandhi -“Seja você mesmo a mudança que você quer ver no mundo “ ).



MONÓLOGO DA DESCOBERTA DE UMA VERDADE
No corredor da prisão
A liberdade se aproxima
Um ladrão pulou o muro e resolveu
Soltar-me da gaiola
Em que sobrevivia há três anos.
Catando lágrimas
Para mim mesmo
E não para meu algoz.
(Paula Ana - A noite é proibida para as galinhas que vivem confinadas nas fábricas de ovos. Não coma ovos).


MONÓLOGO DA INDUSTRIA DE MEDICAMENTOS ABENÇOA E REVERENCIA À INFELICIDADE HUMANA
 Deus ficou doente
Resolveu procurar
Um médico
Que descobriu
Que deus Mente.
(Brau -A superioridade não é necessária para a existência da vida!)


MONÓLOGO DA ANTIARTE ARTE MORTA
Morta!
Se não,
Terei o prazer
De alvejá-la com uma glock
Sem silenciador.
Presentearei o silêncio, com alguns segundos de barulho.
(Seven minutes of nausea - Discarga violenta no deck split com Stupid patriotism. Um minuto de barulho em homenagem aos que morreram lutando ).
Atenas. Grécia. Fred a pequena formiga que tinha acesso à agência bancária, quase foi assassinada por três ladrões de negro, que expropriavam a agência bancária numa tarde de quarta-feira.
(Javier Calvo Morán (Espanha): jovem anarquista de Burgos, ativo militante da Assembléia de Estudantes Libertários e atuante nas lutas, é acusado de queimar a fábrica aonde trabalhava. Nos foi informada até pouco tempo notícias destes fatos e de sua situação. Javier pediu a solidariedade do movimento anarquista, em uma etapa na qual tem estado com a moral bastante baixa e com alguns problemas de instabilidade mental e emocional. Advertimos a situação que está superando o companheiro e que às vezes manifesta um comportamento estranho em suas cartas, com altos e baixos em seu estado de ânimo, contradições, extravagâncias etc. Pelo que advertimos a gente que queira escrever-lhe (algo que Javier necessita muito) que tenha em conta esta circunstância. Escreva-lhe: Javier Calvo Morán, CP de San Sebastián, Paseo Martutene Nº 1, 20014 Donostia, Guipúzcoa, Espanha)